Colômbia: 100 anos de solidão política
Jaldes Meneses Hoje amanhecemos todos com um sorriso nos lábios. A esquerda ganha pela primeira uma eleição nacional na Colômbia e de vez a América Latina mergulha em uma nova “onda rosa” (a primeira começou com a vitória de Hugo Chavéz na Venezuela em 1988 e terminou com a queda de Dilma no Brasil em 2016). Em condições normais de temperatura e pressão, a nova e reluzente bola da vez será a vitória de Lula sobre Bolsonaro, em outubro vindouro. A vitória na Colômbia ajuda no clima de otimismo brasileiro. Quem contempla a Colômbia defronta-se com uma história complexa. Um enigma a ser decifrado. Acaso a Colômbia fosse um recanto longínquo, nós, brasileiros, poderíamos nos abster de decifrar o enigma. Há um padrão de violência social e política na Colômbia, que até foi inibido nesta eleição – o reconhecimento do novo governo pela presidente Iván Duque e o candidato neofascista, até certo ponto são pontos fora da curva –, e de formação de forças paramilitares permanentes, que começou a s