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Mostrando postagens de janeiro, 2012

Considerações extemporâneas

Jaldes Reis de Meneses Ao final da noite de terça-feira, ainda acordado e sonolento, os sentidos dos meus olhos e ouvidos um tanto em estado alfa, desatento ao chato desenvolvimento do enredo da série global “Brado retumbante”, meu corpo parecia finalmente ceder ao sono. No entanto, a cena de uma sentença peremptória pronunciada pelo interlocutor do presidente brasileiro de ficção, Paulo Ventura – às voltas com o dilema de aceitar a opção transexual de um filho –, me pôs os neurônios a funcionar a pleno vapor – “Paulo, você ainda é um homem do século XX”. Curiosa coincidência. Havia lido a mesma frase no sábado, em um artigo de meu caro amigo de adolescência, o jornalista Silvio Osias, no jornal “Correio da Paraíba”, a propósito do hábito de cultivo pelos jovens de hoje de música a granel, através dos arquivos de MP3, e o conseqüente desaparecimento em música pop do conceito de “álbum” – a experiência de audição de uma série de canções cujo conteúdo forma uma totalidade temática –,

As raízes da popularidade de Dilma

Jaldes Reis de Meneses Cultivo há vários anos um hábito que aconselho às pessoas que pretendem acompanhar sistematicamente os movimentos de conjuntura política no Brasil: vasculhar muito mais além dos atores principais que ocupam a primeira página dos jornais, seja estes atores as principais lideranças e os principais partidos, os grandes jornalistas ou os malsinados “formadores de opinião”. Por exemplo, para acompanhar a conjuntura no Brasil é preciso saber como estão pensando os núcleos intervenientes, mas situados à margem do espectro político, ausentes das casas parlamentares e do jogo institucional palaciano, desde a ultra-esquerda (PSTU, PCB, etc.) até os generais de pijama do Clube Militar do Rio de Janeiro. Em tempos recentes começou a circular no campo da ultra-esquerda uma expressão síntese em mal português, visando abarcar a totalidade da situação brasileira em 2012, mas que na verdade simplesmente reflete a perplexidade analítica de quem a enuncia: apassivação. Como é óbv