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Mostrando postagens de novembro, 2013

As Paixões do Mensalão

Jaldes Meneses [1] Nunca fui viúva de José Dirceu nem fã de Joaquim Barbosa. Jamais me animei em participar dos dois partidos organizados em torno da defesa ou acusação no processo do mensalão, seja como escriba intelectual no estilo de um Wanderley Guilherme dos Santos (denunciador exagerado da perspectiva iminente de “um golpe da mídia”) ou de um Reinaldo Azevedo (criador no neologismo “petralha”, do petista que tenta justificar o roubo de recursos públicos para fins políticos). As redes sociais estão repletas dessas pessoas, reiterando em ação todos os mecanismos, descritos por Marx, da ideologia como estado bruto de “falsa consciência”. As pessoas se comportam nos debates (de que o ruído das redes sociais é pródigo) a partir de convicções profundas e sinceras, no mais das vezes filiadas emocionalmente ao passado, atadas de maneira acrítica aos tempos idos, das passeatas contra a ditadura que contamos a nossos filhos e netos. O principal patrimônio do PT não se resume a sua

Dialética da Dependência

Jaldes Meneses A “Dialética da dependência”, ensaio escrito e publicado no exílio mexicano por Rui Mauro Marini, distante de Minas Gerais, onde nasceu, e do Rio de Janeiro, onde adquiriu a sua formação intelectual com Guerreiro Ramos (sociólogo nacionalista do ISEB, cassado em 1964) e nos quadros da POLOP (organização de esquerda criada em 1962, crítica ao programa do PCB), completa 40 anos. Posso estar falando aramaico ao leitor de jornal, mas no mundo inteiro o acontecimento vem sendo objeto de vários seminários, com especialistas se debruçando avidamente no legado de Rui Mauro, especialmente as teses do subimperialismo brasileiro na América Latina, que retornaram aos esquemas interpretativos das ciências sociais buscando dar conta a expansão do capital privado e estatal brasileiro nos países vizinhos. De alguma maneira, Rui Mauro previu corretamente as tendências expansivas do capitalismo brasileiro rumo a seus vizinhos, num tempo em que