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Mostrando postagens de agosto, 2015

A economia política das commodities (Raúl Prebisch, você venceu!)

Jaldes Meneses Existem duas maneiras complementares de estudar economia política.  Na primeira embocadura, mais clássica, numa tradição que vai de Adam Smith à crítica de Marx, a economia política, como Engels a define em “AntiDüring”, seria “a ciência das leis que regem a produção e o intercâmbio dos meios materiais da vida na sociedade humana.  Em outro diapasão, e economia política também deve ser considerada, em enfoque mais delimitado, à maneira dos autores contemporâneos, como Robert Gilpin em “A economia política das relações internacionais” como um campo de estudos das relações institucionais entre “Estado” e “Mercado” em plano mundial, cujos resultados históricos são uma específica inserção econômica internacional entre centro e periferia acompanhados de uma estratégia política, militar e diplomática, bem como de uma política macroeconômica.  A segunda vertente, propositadamente eclética, combina aportes teóricos dispares como Marx, Weber e Fernand Braudel,

O terceiro mandato de Dilma

Jaldes Meneses Na coluna da semana passada, por mim chamada de “Do jeito que está não fica mais" previ quatro possibilidades de futuro ao governo Dilma Rousseff: 1) renúncia; 2) impeachment ; 3) novo ministério expressivo de um acordo com o PMDB e a burguesia brasileira; 4)novo ministério representativo de um acordo de esquerda, por consequência de abandono da política econômica neoliberal de Joaquim Levy. Embora estejamos em pleno curso de desenvolvimento da crise política, os acontecimentos da semana - os pronunciamentos públicos da presidente de não constar da palavra renúncia no seu dicionário e a mutualidade exclusiva entre a terceira e quarta alternativas - reduziram as quatro possibilidades a duas: do mirante do observatório da crise, hoje, apenas o impeachment  e o novo governo do PMDB e da burguesia brasileira persistem cogitados. Podemos estar na iminência da posse do terceiro mandato de Dilma Rousseff, cujos fiadores não são mais exatamente os eleitores de três d

Do jeito que está não fica mais

Do jeito que está não fica mais Jaldes Meneses O Brasil vive um momento de transe histórico. Uma terra em transe pede propostas de emergência. Já se passaram sete meses do segundo governo da presidente Dilma Rousseff e o programa que foi vitorioso nas urnas e nas ruas contra Aécio Neves e o PSDB, principalmente na economia, foi arquivado. O que era otimismo virou decepção e como resultado os sinais da correlação de forças se inverteram. Do jeito que está não fica mais. Os acontecimentos da semana, especialmente a entrevista de quarta-feira (05/08) do Vice-Presidente Michel Temer (dizendo que o Brasil é maior que partidos e governos e sugerindo e a audiência do Ministro Mercadante (pedindo à oposição compartilhamento de propostas) expuseram ao país um governo em situação absolutamente dramática. O governo Dilma ou muda ou vai perecer em mais rápido tempo que se possa imaginar. Diante disso, o que o governo deveria fazer? Esperar o navio naufragar?  O parto de manufat