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Mostrando postagens de janeiro, 2016

Dinheiro Falso

(Crítica do Filme "A Grande Aposta", dirigido por Adam Mckay e baseado no romance histórico de Michael Lewis) Jaldes Meneses "A grande aposta”, título do filme em português do filme concorrente ao Oscar diz pouco, mas The big short, o título original, diz tudo, remete ao nome de uma operação facínora e de alto risco, rotineira no mercado financeiro globalizado. Trata-se do seguinte. Baseados na percepção - correta - de que o mercado vive um momento irracional de escalada de especulação desenfreada em torno da cotação de um ativo (no caso da crise de 2008, as hipotecas imobiliárias do mercado americano, da mesma maneira que no século XVI foram as tulipas do mercado holandês), um grupo de corretores, no filme um sem relação com outro, resolvem bancar uma aposta na contracorrente. Ou seja, os espertos consignam nas contas dos investidores das respectivas corretoras que administram a compra dos títulos imobiliários na alta, mas não são bobos de comprá-las. A conta

Os inimputáveis

Jaldes Meneses Desde os idos tempos da crise do “mensalão", e agora no “petrolão", duas narrativas antagônicas disputam espaço na opinião púbica brasileira, cada uma das quais visando prevalecer, na cabeça de Bart Simpson, como a versão totalizante de justaposição dos fatos. A primeira versão, predominante, que começou a ser difundida na cobertura por jornalistas ligados ao PSDB, e pode-se dizer, até hoje, majoritária, afirma que ambos os casos de corrupção (o mensalão e o petrolão) significaram um salto de qualidade. Antes, diz-se, a corrupção era individual e não tinha um comando centralizado no vértice do aparelho de Estado, o que é uma evidente mentira. Nestes dois casos recentes de corrupção, afirma-se, em vez de individual, o comando localiza-se no próprio centro e se irradia para as margens. Pretende beneficiar um projeto de poder, nesta versão, autoritária, de hegemonia de um determinado partido - o PT. Esses esgrimistas das ideias são lobos em pele de corde