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Mostrando postagens de outubro, 2012

Tempos de lulismo

  Jaldes Reis de Meneses Havia uma dúvida entre os intelectuais e pesquisadores que se ocupam em estudar a política brasileira: as eleições municipais de 2012 seriam de exaustão ou continuidade do lulismo? O ciclo histórico aberto com as eleições nacionais de 2006, nas quais Lula derrotou o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, em segundo turno, com mais votos que no primeiro, mas principalmente arrebanhou a maioria dos votos dos pobres das periferias e dos grotões, teria se esgotado? Antes de responder a questão, explico-me porque contabilizo 2006 em vez de 2002 (ano da primeira eleição de Lula), coonestando, aliás, com a periodização esposada pelo cientista político André Singer (USP) no livro “Os sentidos do lulismo” (Cia das Letras, 2006), cuja data-síntese de 2006 incorporo, embora discorde de outros de seus argumentos (em breve, escreverei a respeito): naquele ano, o grosso do eleitorado lulista se concentrava nas classes médias e nos grandes centros urbanos, ao passo que os

Mensalão e eleição

Jaldes Reis de Meneses Artigo publicado em minhas colunas no Jornal da Paraíba e Portal de Notícias WSCOM, em 14/10/02 Por onde peregrine, seções eleitorais, salas de cinema ou restaurantes, o ministro Joaquim Barbosa – eleito esta semana o primeiro presidente negro do Supremo - é aplaudido de pé. Na mitologia que vem sendo criada em torno da figura do ministro incorruptível – um pouco espontânea e um pouco dirigida –, ele é comparado em uma máscara vendida no próximo carnaval à figura justiceira de Batman, ambos soturnos e trajados de uma capa negra, empenhados em uma luta contra o crime na cidade promíscua de Gotham City, alegoria que serve ao país Brasil. Por outro lado, o ex-ministro José Dirceu, o réu mais notório do processo do mensalão, em duas recentes e rápidas aparições públicas (domingo, em sua seção eleitoral, e quarta, em reunião do Diretório Nacional do PT), colhe o dissabor da recepção popular de bandido, cercado de seguranças e vaiado por transeuntes na rua. Mas

O novo mapa eleitoral paraibano

Jaldes Meneses Uma das novidades da presente campanha é a profusão de institutos que têm vasculhado o território das duas cidades grandes, João Pessoa e Campina Grande, e quase todas as médias (o meu critério de cidade média abarca os municípios acima de vinte mil eleitores), só para citar três, Patos, São Bento, Monteiro, etc., fazendo pesquisa eleitoral. O resultado desse trabalho é que dispomos à mesa de reflexões, hoje, às vésperas do pleito, em que pese denúncias da existência de um balcão sujo de compra e venda de pesquisas, de um material provisório sobre o qual projetar os resultados eleitorais, que estão sugerindo um realinhamento profundo do mapa político do Estado, de alguma maneira uma continuidade do processo iniciado na eleição de governador em 2010. Indagar de maneira mais consistente a respeito das razões históricas, políticas e sociológicas do fenômeno do realinhamento serão motivação de um artigo mais alentado, passada a rinha eleitoral, mas há uma evidência fund