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Mostrando postagens de junho, 2014

A ascensão de Ricardo

Jaldes Meneses Antes mesmo de encetar a aliança com o PT de Luciano Cartaxo e manter o PSD de Rômulo Gouveia na coligação, primeiro e terceiro partido em tempo de televisão – dois feitos indiscutíveis de articulação política –, a candidatura de Ricardo Coutinho já vinha experimentando um processo de ascensão. Por outro lado, a candidatura de Cássio Cunha Lima, passado o período de impacto de lançamento da própria candidatura e rompimento com o governador, começa a apresentar sinais evidentes de estagnação.             Não costumo, quando o objetivo analítico é escrutinar a correlação de forças, me deixar embair por simples e enganosas considerações subjetivas de alinhamento pessoal ou ideológico. Pesquisam não ganham eleições, nem substitui a riqueza de acontecimentos de uma campanha, mas apontam tendências a serem levadas em consideração, inclusive na formulação de táticas e estratégicas de reversão. Desde os bons tempos iluministas de Voltaire, o parvo se caracteriza, antes de

Protesto sem dono

Jaldes Meneses             Previa a seis meses que não haveria grandes manifestações de protestos no período da Copa do Mundo no Brasil. Não se trata de subestimação da repercussão dos acontecimentos do ano passado, ao contrário, os tenho em alta consideração.             Deixe-me explicar a minha análise arguindo uma analogia remota, juntando fios narrativos aparentemente tão destoantes quanto a fábula de Alice e do Chapeleiro Maluco: refiro-me a antessala do processo que desembocou na queda da República velha e oligárquica, em 1930, ou seja, a resistência dos “18 do Forte de Copacabana”, em 1922. À primeira vista, foi uma atitude “tresloucada” dos tenentes – um verdadeiro ato puro lacaniano –, no qual, dos 18 apenas 2, Siqueira Campos e Eduardo Gomes sobrevirem à carnificina das tropas fieis ao governo de Epitácio Pessoa, que cercaram os resistente e os metralharam sem dó. Se 18 resistentes começaram a mudar a história do Brasil, imaginem milhões nas ruas pedindo reformas po