Postagens

Mostrando postagens de outubro, 2014

AS “DENÚNCIAS” DA VEJA E O “TERCEIRO TURNO”

Jaldes Meneses Acabei de ler somente hoje, sábado, a matéria da revista Veja com as acusações do doleiro Alberto Youssef a Lula e Dilma. Comprei logo cedo e era o último exemplar disponível na Banca. Perguntaram-me ontem num programa de rádio se a denúncia poderia mudar o vento de favoritismo à Dilma nesta resta final de campanha. Disse ontem e repito: não creio que essas denúncias mudem intenção de voto, mas elas deveriam   ser vistas como uma espécie de “plataforma casada” com o debate da Rede Globo de ontem, por isso a revista saiu com um dia de antecedência e a capa já circulada na internet desde quinta-feira. Quem assistiu o debate de ontem já sabe muito bem que, embora Aécio tenha feito a pergunta, não me parece que ela tenha provocado impacto maior, se perdeu na miríade de temas do debate, uma espécie de jogo de cabra cega no qual a conhecida deficiência de fluência verbal de Dilma não se saiu pior que a evidência dos sintomas nervosos de Aécio. Portanto, a “bala de prata”

Os olhos de ressaca de Valério Arcary

Jaldes Meneses Leio numa declaração de Valério Arcary, dirigente do PSTU, de desacordo ao apelo, dirigido aos partidos à esquerda do PT, de “voto útil” em Dilma, que é “preciso combater a perigosa ilusão” de que é possível regular o capitalismo. O apelo ao voto útil vem dando certo, tanto que dos cinco deputados federais eleitos pelo PSOL, quatro já declararam o voto em Dilma. Repito: é-se possível regular o capitalismo? Veja-se, a pergunta de Valério, ... matreiramente, não é a principal, que viso responder aqui topicamente – “é-se possível regular o capitalismo?” –, mas uma derivação – “é preciso combater a perigosa ilusão de que é possível regular o capitalismo”. Sempre é melhor responder a   p ergunta principal e daí partir para elucidar as questões derivadas. Evidentemente, Valério sabe muito bem que, até certo ponto, sim, é-se possível regular as forças indomáveis do capitalismo, embora essa regulação seja sempre historicamente situada e determinada, além estruturalmente limit

Entre junho e outubro (1)

Jaldes Meneses Mistura nova de Babel de afetos de amizade e tribuna política, as redes sociais, exatamente por isso, podem ter, entre mil e uma utilidades, a serventia de funcionar como uma espécie de rico laboratório a quem se dispor à realizarum estudo sério do discurso como crítica à ideologia. A propósito, nunca esteve tão atual a conhecida frase de Marx de que “o ser social determina a consciência social”. A frase de Marx parece óbvia e ululante. Não é. Uma das características do mecanismo da ideologia, ao qual ninguém escapa é produzir um efeito de falso distanciamento entre os nossos valores e julgamentos, tidos por nós mesmos como de luz e verdade, advindos de uma fina consciência social crítica – a nossa, pois nunca erramos e sempre estamos certos –, e os valores e julgamentos de nossos antagonistas, tidos como de trevas e mentiras, todas elas advindas do charco de lama e falsa consciência chamado – os “outros”. Sejamos brutos ou refinados, doutores da Universidade ou

O novo neoliberalismo de Aécio Neves

Escrevi este artigo sobre Aécio Neves em maio, ainda no começo da campanha eleitoral. Ele está mais atual que nunca, por isso faço questão de postá-lo novamente. Quero abrir mais um debate e ser mais profícuo na escrita neste segundo turno: O novo neoliberalismo de Aécio Neves Jaldes Meneses             Há muita confusão relativa ao verdadeiro sentido da expressão neoliberalismo. Originalmente, sem dúvida, a expressão remete à agregação de intelectuais – principalmente Hayek e Von Mises, os economistas do grupo – que se reunia, no período depois da segunda guerra, nos seminários da Sociedade de Mont Pèlerin, na mesma região montanhosa e gelada dos Alpes Suiços cenário do mais célebre romance de Thomas Mann – A Montanha Mágica –, e próximo aonde se realizam os encontros anuais de Davos, que reúne a nata dos gestores do capitalismo mundial. O programa da Think Tank de Mont Pèlerin, a partir dos valores de defesa de uma sociedade aberta de mercado, sem arrodeios era muit