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Mostrando postagens de fevereiro, 2011

Espectros do fundamentalismo

Jaldes Reis de Meneses As três grandes religiões monoteístas – o judaísmo, o cristianismo e o islamismo – nasceram na mesma região e, a par de diferenças, de que logo tratarei, possuem similitudes históricas e filosóficas de tal ordem que se pode detectar sem erro uma zona de trânsito na qual se pode praticar o ecumenismo. Infelizmente, os tempos do mundo não são favoráveis aos ares do ecumenismo: o fundamentalismo em geral – e não somente o fundamentalismo islâmico –, conquanto em ritmos diferentes, cresce como rastilho de pólvora. Começo por nossa casa, os cristãos. Depois do aggionamento produzido nas práticas da Igreja Católica – inclusive na direção ao ecumenismo e o respeito os sincretismo religioso – depois do Concilio Vaticano II (1961-1965), na época dos extraordinários papados de Joao XXIII e Paulo VI, o ecumenismo recrudesceu desde João Paulo II e Bento XVI. Acossado pela crise dos valores da sociabilidade capitalista, ocidental e cristã, a resposta da alta cúpula católica

Revoluções de ira, perfume de jasmim

Artigo também postado no portal wscom Jaldes Reis de Meneses Os países da confluência do mundo árabe-africano vivem um momento revolucionário. Goste-se dele ou não, a melhor síntese explicativa dos processos revolucionários foi produzida por Lênin nas cartas políticas redigidas em 1917. Verdadeiros monumentos de estratégia, merecido recordá-la a guisa de analisar as manifestações de rua do Egito, Tunísia, Argélia, Jordânia e Iêmen: para acontecer uma revolução é preciso que os de baixo não aceitem mais a dominação e também que os de cima não consigam governar como antes, ou seja, abre-se uma fenda no poder cujo desfecho nunca se sabe de antemão. Devido o grau indeterminação, as revoluções são desafios às teorias jurisdicionais da política. A antiga ordem cede ao novo e à indeterminação. Em vez do Estado em qualquer de suas formas jurídicas, seja o democrático de direito ou autocrático (como no mundo árabe), abre-se uma fenda de democracia direta, de criação de direito. Não seria exage