Postagens

Mostrando postagens de setembro, 2010

1930: oitenta anos

Jaldes Menezes Artigo também postado no portal www.wscom.com.br No mês vindouro, outubro, completará 80 anos o acontecimento histórico em que o estancieiro Getúlio Vargas, dirigindo as tropas do Sul, depois de render os soldados de São Paulo na batalha que não houve (Itararé), em lance de suprema iconoclastia, amarrou o seu cavalo, mais o de alguns comandados, no Obelisco da Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, então capital da república. Quase ninguém se recorda mais de 1930, processo esquadrinhado, estudado de diversos ângulos, desde as elites até dos de baixo, visto e revisto na historiografia brasileira. 1930: um assunto morto e enterrado. Será mesmo? Nos termos de Gramsci, sem dúvida o Bloco Histórico de 1930 morreu, não existe mais. Seu falecimento deu-se mais ou menos em meados da década de 1980 – no intermezzo do fim da ditadura e do começo do que o jornalista Jânio de Freitas chamou, à época, de transição transada. O sinal mais evidente do funeral foi a quebra do Estado que

É a hegemonia, estúpido!

Jaldes Reis de Meneses Artigo também postado no portal www.wscom.com.br A verdade eleitoral é simples, descomplicada mesmo. Algumas análises se mostraram corretas – entre as quais, espero, a minha – a propósito da tendência de vitória do governo nas eleições de 2010, com o tempo foram se generalizando quase como senso comum à análise política. De que verdade está se falando? Da seguinte: Para a grande massa do eleitorado predomina a percepção de que em geral a vida tem melhorado. Existe, é certo, em contraponto, um perigoso aumento da criminalidade, a educação e a saúde precisam avançar, etc., mas o governo federal tem conseguido passar incólume às eventuais críticas – principalmente quando o assunto é segurança pública. Predomina a visão de que o país vive em um período extraordinário de sua história (alguém se lembra do “nunca antes neste país?”), de desenvolvimento econômico e elevação do prestígio internacional, assentado socialmente no aumento real do salário mínimo, no crédito c

Estratégia do PSDB visa os Estados

Jaldes Reis de Meneses Artigo publicado, em versão resumida, no portal www.wscom.com.br Antes de ir ao ponto, devo fazer uma declaração de princípio. Abrir de ilegalmente o sigilo fiscal de qualquer cidadão trata-se de uma gravíssima violação das liberdades individuais, delito merecedor das mais duras sansões e, caso comprovado o interesse político, passível até de cassação de candidaturas. Ou não estamos a viver um momento de repúdio e limpeza às práticas delituosas no terreno da política partidária, de acordo com os preceitos da campanha “ficha limpa”? Entretanto, há que reconhecer: embora estampado desde junho nas páginas dos jornais e circulando nas correntes e portais de internet, a antiga (tudo que é sólido desmancha no ar nos meios eletrônicos) notícia da quebra do sigilo fiscal, nos porões da arapongagem aloprada, de alguns dirigentes do PSDB, ganhou um simbolismo novo quando do envolvimento da própria filha do candidato José Serra. Era o mote que faltava, a tábua