Espectros do fundamentalismo
Jaldes Reis de Meneses As três grandes religiões monoteístas – o judaísmo, o cristianismo e o islamismo – nasceram na mesma região e, a par de diferenças, de que logo tratarei, possuem similitudes históricas e filosóficas de tal ordem que se pode detectar sem erro uma zona de trânsito na qual se pode praticar o ecumenismo. Infelizmente, os tempos do mundo não são favoráveis aos ares do ecumenismo: o fundamentalismo em geral – e não somente o fundamentalismo islâmico –, conquanto em ritmos diferentes, cresce como rastilho de pólvora. Começo por nossa casa, os cristãos. Depois do aggionamento produzido nas práticas da Igreja Católica – inclusive na direção ao ecumenismo e o respeito os sincretismo religioso – depois do Concilio Vaticano II (1961-1965), na época dos extraordinários papados de Joao XXIII e Paulo VI, o ecumenismo recrudesceu desde João Paulo II e Bento XVI. Acossado pela crise dos valores da sociabilidade capitalista, ocidental e cristã, a resposta da alta cúpula católica