Crise americana (ii)

Globo news, Em cima da hora, boletim de seis da tarde: a repórter que cobre o movimento das bolsas afirma que há uma tendência internacional, em virtude da baixa do consumo mundial, de baixa no preço das commodities (soja, carne, etanol, ferro, etc). Por isso, ao contrário, das bolsas nos Estados Unidos, cujos índices hoje ascenderam, a BOVESPA terminou o dia em forte baixa. Lula e o agronegócio que ponham as barbas de molho. Contudo, a repórter dá uma escorregada feia quando coloca o barril petróleo entre as commodities, somente porque, como qualquer mercadoria, é cotado pela variação do dólar ou da onça de ouro. O petróleo não é uma commodities, ou ao menos uma commodities como as demais. Nisso que dá o pensamento formal de alguns economistas. Melhor classificar o petróleo como um monopólio natural, como diziam os velhos Paul Baran e Paulo Sweezy, ou seja, um bem de natureza altamente concentrado e estatizado, entre outros, por motivo de segurança energética. Neste sentido, as variações do preço do petróleo no mercado têm um padrão controlado de liberdade. É claro que oscila, mas diferente de qualquer coisa parecida com um hipotético sistema ricardiano de livre comércio das commodities, digamos assim. Ainda mais, conforme especialistas, analisando com perspectiva histórica, mais além dos movimentos normais de oscilação de conjuntura, de olho na curva dos preços de longo prazo, o petróleo parece começar a ultrapassar o umbral da fase A, de fartura objetiva desse bem de natureza para uma fase B, caracterizada por uma lenta e paulatina escassez. Dessa maneira talvez estejamos começando a viver o período de uma tendência relativa de elevação continuada dos preços do petróleo. Pra complicar, ainda tem o cartel da OPEP: qualquer solavanco, Chavez e o Príncipe Saud (Arábia Saudita), lideranças de alinhamentos políticos distintos no cenário internacional, mas feras em defesa de seus interesses, por exemplo, ligam pra Armadinejad, e entram de sola E a Petrobras? Não me consta que a Petrobras faça parte da OPEP. (Jaldes Reis de Meneses).

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Resenha

Vinícius de Moraes: meu tempo é quando

Colômbia: 100 anos de solidão política