Barack Obama (iii)

Para que a nota anterior do blog não cheire a qualquer simpatia ou adesão a Obama ou ao “obamismo” – em casos assim, sempre duas entidades diferentes, em forma e conteúdo, como Lula e “lulismo”. A crítica mais dura que se deve fazer à candidatura Obama é que ela tem aquele grau de indeterminação, generalidade e oportunismo fundamentais ao trânsito de um espectro a outro da política. Entre esquerda e direita, ou, no jargão americano, entre liberais e conservadores. Acaso vitorioso, Obama precisará recolher votos de uma ponta a outra, ao mesmo tempo, é claro, que vai isolando os extremos políticos. Por isso, ele andou dando declarações de admiração a Ronald Reagan, mesmo com as considerações de praxe de discordar do conteúdo das idéias, etc, etc. Política institucioanl hoje é isso: repleta de rituais, criação de mitos e reputações a partir do nada. Obama está piscando a eleitores republicanos eventualmente insatisfeitos com McCain. É importante desde já observar que Obama consegue mobilizar, fazer a liga, entre eleitorados díspares, como os negros, os jovens (principalmente os jovens), os ricos e os muitos ricos. Somente a indeterminação consegue dar vetor a aspirações tão distintas. Por último, vejam que gracinha o slogan de campanha de Obama: yes, we can; yes, we can. "Sim, nós podemos"... Eleger Obama. O cara vai longe... (Jaldes Reis de Meneses).

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