Mensagem na Garrafa
Ainda no terreno do "futurismo" que me assolou nos três últimos dias: o blog é uma linguagem nova, diferente da carta, do artigo em jornal, do livro de poesia e do romance. Pode ser o diário (de longe a forma mais usada, por enquanto e não se sabe se para sempre) de uma pessoa adulta, um adolescente, um intelectual, ou o borrão do poeta, entre outras serventias. O blog é uma forma por excelência inconclusa, o que não impede de ser o veículo de idéias brilhantes, em teste, versos inconclusos, tortos, em busca de compartilhar uma experiência lírica (principalmente lírica, pois é difícil a épica em tempo pós-modernos, como bem sabe quem lida com literatura). A mim parece que alguns blog pessoais vão ficar, quem sabe daqui a uns três séculos, algum antiquário de bits vai descobrir um Cervantes do século XXI começou fazendo anotações em um blog. Mas o destino é incerto: comparo a inundação de sites e informações em nossos computadores ao incêndio permanente de uma nova Biblioteca de Alexandria, um incêndio da civilização realizado na ausência das hordas bárbaras. A desinformação pela superprodução de informação, onde tudo de bom e ruim se misturam. Os sinais são emitidos e logo desaparecem. Deleta-se o tempo inteiro (delenda Cartago?), e mesmo que deixemos de deletar a crítica roedora dos ratos virtuais está a postos para levar a palavra ao caminho do túmulo, a Babel do esquecimento da palavra escrita e não lida, contendo mesagens do emissor ao portador que jamais serão decifradas pelas cultura. Produção de cultura sem relação. (Jaldes Reis de Meneses).
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