Satiagraha

Há muitos pontos de interesse em uma análise de conjuntura a partir da chamada "Operação Satiagraha" da Polícia Federal, que prendeu por algumas horas duas vezes o peixe graúdo Daniel Dantas e outros consortes (até chegar no hoje miudo Celso Pitta). Por enquanto, fico apenas em um item: a irmandande do aparelho tucano-petista na operação do novo capitalismo brasileiro, após o plano real.
As evidências começaram com o "mensalão" (embora este seja apenas um nó atado em um intricado bordado), cuja investigação (CPI dos Correios) mostrou a quem quis ver como uma conexão originária de Minas Gerais - a campanha de reeleição do ex-governador Eduardo Azeredo, filiado ao PSDB - prosperou em um governo do PT. Depois, mesmo que o mensalão já tivesse permitido aflorar o jogo duro do complexo Dantas/Opportunity, resumido, por exemplo, nas conexões com as privatizações do governo FHC - principalmente a privatização do antigo sistema Telebrás -, agora, mais até que na crise do "mensalão" as conexões de continuidade tucano-petista são mais que evidentes. Estaremos diante do bloco histórico de um capitalismo de Estado corrupto para Caio Prado Jr. algum pôr defeito? Neste sentido, o tráfico de influência exercido pelo notório advogado Luiz Eduardo Greenhalgh (originariamente, um quadro ligado à esquerda petista, e não ao "campo majoritário", de Lula e Zé Dirceu) junto ao secretário geral da Presidência (Gilberto Carvalho) pode ser lamentado mas é especialmente instrutivo. (Jaldes Reis de Meneses).

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