Vida cigana


 Jaldes Reis de Meneses

Um dia, numa avenida paulista, em dia de garoa,
... Lorena desafiou o chefe todo-poderoso a provar a verdade
E, no mesmo instante, ato contínuo, a matá-la em sacrifício
Da trágica revelação que o dia tem dono e a noite fecha-se em copas.

Saiu da reunião. Enfrentou a garoa. É gauche na vida.
Manhã cedo passa: a orfandade das coisas simples:
A bússola apontou em direção ao primeiro antigo namorado,
Em Volta Redonda. Lorena, menina paulista, apanhou

O trem em Mogi das Cruzes. Foi dar de cara numa greve.
Andou, caminhou, apanhou, aprendeu, desconfia.
Recolhe a voz, finge-se de surda a qualquer alarido.
Sabe que as verdades dos jornais amanhecem velhas,
Passaram, um dia, numa avenida paulista, em dia de garoa.

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