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Mostrando postagens de fevereiro, 2013

Sob tortura

  Jaldes Meneses [1]             A respeito do filme “A hora mais Escura”, a partir de hoje (15/02), em todos os cinemas brasileiros. A descrição de cenas de tortura é comum no cinema. Poderia citar de cabeça uma dúzia de filmes, desde os brasileiros “O caso dos irmãos Naves” (1971, Luis Carlos Person) e “Tropa de Elite” (2007, José Padilha), os europeus “A batalha de Argel” (1966, Gillo Pontecorvo ) e “A confissão” (1970, Costa-Gravas), até o mais recente filme de Quentin Tarantino, “Django” (2012), no qual o pistoleiro negro (Jamie Fox) é posto às pancadas de cabeça para baixo se esvaindo em sangue, por obra de um criado trânsfuga de raça, Stevie, serviçal do proprietário de terras sulista vilão do filme, Monseieur Calvin Candie (Leonardo DiCarpio).   A diferença da tortura artificial nas caricaturas do universo ficcional de Tarantino, dado o próprio estilo inverossímil de seus roteiros, para a exibida em “A hora mais escura” (2012, Zero dark thirty, a partir de

PMDB em crise de sobrevivência

Jaldes Reis de Meneses             O PMDB vem de longe, tanto em história como em geografia. Apesar de todas as clivagens e reconfigurações da dinâmica árvore partidária brasileira, é-se possível montar uma linha genealógica do partido. Junto com o DEM, devem ser considerados os dois partidos ancestrais do sistema partidário brasileiro, os verdadeiros “donos do poder” ou o autêntico “patronato político brasileiro” ( ou seja, a casta de políticos que mais que nossos representantes são nossos patrões) que nos falava Raymundo Faoro (autor clássico para entender o Brasil). Em história, pode-se encontrar um resíduo de longa duração do PMBB no Estado Novo de Vargas, época na qual os interventores nomeados, através do controle absoluto da máquina estatal em tempos de ditadura, herdaram com paciência e pertinácia as estruturas municipalistas do poder local. Passou o tempo do Estado Novo e Vargas criou dois partidos, o PSD (abrigo dos interventores agora transformados em oligarcas) e o

Aos 80 anos de ascensão do nazismo

Jaldes Meneses Este episódio se encontra narrado de diversas maneiras na internet e até transformado em piada da vida real, mas realmente foi um sonho e encontra-se registrado no necrológio de Habermas sobre Adorno. No último encontro entre o veterano filósofo e o jovem discípulo, Theodor W. Adorno e Jürgen Habermas, antes de o veterano filósofo ir ao encontro da indesejada das gentes (a morte metaforizada de Manuel Bandeira), Adorno contou a fábula onírica de um sonho estranho com nada menos do que com Charles Chaplin, um dos poucos cineastas que respeitava (o outro, dos conhecidos, era Antonioni). Era uma solenidade festiva em Hollywood, logo depois da Segunda Guerra, numa recepção para o protagonista do filme fictício “Os melhores anos de nossa vida”, um inválido de guerra que perdeu as duas mãos. Inadvertido e desleixado estendeu a mão para o autor e colheu um choque ao sentir o gélido toque metálico de um braço protético. Expectador atento do fato, Chaplin logo traduziu em pan