As Paixões do Mensalão
Jaldes Meneses [1] Nunca fui viúva de José Dirceu nem fã de Joaquim Barbosa. Jamais me animei em participar dos dois partidos organizados em torno da defesa ou acusação no processo do mensalão, seja como escriba intelectual no estilo de um Wanderley Guilherme dos Santos (denunciador exagerado da perspectiva iminente de “um golpe da mídia”) ou de um Reinaldo Azevedo (criador no neologismo “petralha”, do petista que tenta justificar o roubo de recursos públicos para fins políticos). As redes sociais estão repletas dessas pessoas, reiterando em ação todos os mecanismos, descritos por Marx, da ideologia como estado bruto de “falsa consciência”. As pessoas se comportam nos debates (de que o ruído das redes sociais é pródigo) a partir de convicções profundas e sinceras, no mais das vezes filiadas emocionalmente ao passado, atadas de maneira acrítica aos tempos idos, das passeatas contra a ditadura que contamos a nossos filhos e netos. O principal patrimônio do PT não se resume a sua