As três almas das ruas
Jaldes Meneses email: jaldesm@uol.com.br Previno o leitor que o meu artigo desta semana estará repleto de datas de dias, meses e anos, inevitável quando o objetivo do texto trata-se de elucidar, ao mesmo tempo em que cria marcos de periodização histórica. Nunca fui um desses tecnocratas mágicos, com o dom de iludir através números e gráficos tirados da cartola, por isso espere o leitor uma leitura que ambiciona em contraponto à assepsia de uma pseudo neutralidade axiológica, a leveza de um curto passeio histórico e político de ambição totalizante. Quem nos conduzirá neste passeio será uma orgulhosa Coruja. Explico-me arguindo Hegel, além do filósofo da dialética idealista, ou exatamente por isso, um imagista genial. Segundo o famoso filósofo moderno, o trabalho da razão na história se aparenta ao mito grego da Coruja de Minerva, uma ave de prontidão noturna. Semelhante à Coruja, a razão também trabalha à noite varando a madrugada, examinando o trabalho diurno dos home