Tópicos para 2017


Previsões de 2017:
1) A preço de hoje, a principal aposta da elite dominante é persistir tapando os buracos da pinguela e segurar o andor do caixão do governo Temer, se possível, até 2018. Mas o roteiro pode mudar, até rapidamente, no decurso de 2017.
2) Ainda não se sabe direito o que fazer da candidatura de Lula, embora os instrumentos de criminalização e impedimento estejam postos. Mais que postos, azeitados. A questão é que, contraditoriamente, a candidatura de Lula mantém um índice mínimo de legitimidade do sistema político. Por seu turno, o impedimento eleva à potência máxima a deslegitimação do mesmo sistema político.

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Desistam financistas, rentistas e tucanos: a proposta de eleições indiretas orbita num grande vazio. Não existe do bloco no poder, hoje, uma única liderança com o mínimo de legitimidade de encarar este cálice envenenado. FHC, previdente, já percebeu o vazio. 
Ninguém entre os tucanos ou aliados no bloco dominante se credenciou a desempenhar um papel de coesão bonapartista na hora grave do Brasil. O morto vivo Michel Temer já chegou ao grau zero de sobrevivência moribunda, antes ser assestada a estaca final no coração do vampiro. 
Nelson Jobim, pobre coitado, passa longe de ser um Charles de Gaulle, nem o nosso golpe parlamentar e líquido de 2016 guarda verossimilhança com o golpe neoconstitucional da Quinta República Francesa de 1988. A jabuticaba é made in Brazil, terra onde se plantando tudo dá, inclusive soluções ad hoc e regimes políticos originais, de que somos pródigos desde da chegada das caravelas conduzindo a corte de Dom João VI à Bahia de Guanabara. A dinâmica de crise brasileira quebrou em mil caquinhos a institucionalidade de constituição de 1958. A única possibilidade, remota mas real, de reconstrução é investir na soberania popular como saída para a crise e chamar imediatamente ELEIÇÕES DIRETAS PARA PRESIDENTE.

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