O século da pandemia esquecida
Jaldes Meneses “Os humanos são perigos biológicos. As máquinas, não” Anuja Sonalker, CEO da Steer Tech “Não sois máquina! Homens é que sois” Charles Chaplin, artista O brilhante historiador socialdemocrata Tony Judt escreveu que o século XX é um “século esquecido” [i]. Paradoxalmente, a dialética de esquecimento e memória recalca tragédias e expõe acontecimentos reconfortantes. Em 1939 o revolucionário e escritor Victor Serge escreveu no exílio belga, fugido da União Soviética, o seu mais notável romance, S’il est minuit das siècle (Meia noite no século). No livro, um membro da velha guarda bolchevique exilado, Elkine pronuncia uma frase que se tornou famosa depois de reduzida a uma elipse. O diálogo no romance: “- O que há, agora, na nossa cabeça é um sol de meia-noite. Glacial. O que fazer se é meia noite no século? - Somos os homens da meia-noite, diz Rodion [a Elkine], mas com uma espécie de alegria” [ii]. “Bateu meia noite no século XX” – eis a elipse/sínt