Serra, Dilma e o ciclo político brasileiro
Artigo publicado no portal www.wscom.com.br Jaldes Reis de Meneses Como se quisesse de alguma maneira imitar a economia, a política também deve ser analisada e periodizada em ciclos de longo e curto prazo. Nos dias de hoje é quase consensual que o período entre 1930 e 1980 (sem rigidez excessiva quanto a datas, algo assim da agregação do movimento tenentista e das oligarquias dissidentes do Rio Grande do Sul, de Minas e da Paraíba, à crise terminal do regime militar) compôs a ópera do drama (em alguns episódios, bufos ou chachadescos) histórico conhecido como a “era Vargas”. Trata-se de uma época na qual quase todos os grandes personagens – à exceção talvez de Oscar Niemeyer – já morreram, ou mais que isso, cujos efeitos do processo desatado a partir 1930 cessaram. O capítulo foi findo, o pano caiu. Circula somente como retrato na parede. Indo mais fundo, o sinal mais evidente do fim da “era Vargas” foi a quebra do Estado desenvolvimentista e conservador na crise da dívid