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Mostrando postagens de abril, 2010

Serra, Dilma e o ciclo político brasileiro

Artigo publicado no portal www.wscom.com.br Jaldes Reis de Meneses Como se quisesse de alguma maneira imitar a economia, a política também deve ser analisada e periodizada em ciclos de longo e curto prazo. Nos dias de hoje é quase consensual que o período entre 1930 e 1980 (sem rigidez excessiva quanto a datas, algo assim da agregação do movimento tenentista e das oligarquias dissidentes do Rio Grande do Sul, de Minas e da Paraíba, à crise terminal do regime militar) compôs a ópera do drama (em alguns episódios, bufos ou chachadescos) histórico conhecido como a “era Vargas”. Trata-se de uma época na qual quase todos os grandes personagens – à exceção talvez de Oscar Niemeyer – já morreram, ou mais que isso, cujos efeitos do processo desatado a partir 1930 cessaram. O capítulo foi findo, o pano caiu. Circula somente como retrato na parede. Indo mais fundo, o sinal mais evidente do fim da “era Vargas” foi a quebra do Estado desenvolvimentista e conservador na crise da dívid

Mãe Natureza

Artigo também postado no portal www.wscom.com.br Jaldes Reis de Meneses Os terremotos no Haiti, no Chile e na China; as chuvas em São Paulo, Rio de Janeiro e Salvador; a erupção do vulcão Eyjafjallajökull (nome impronunciável como um sortilégio), na Islândia, pondo em colapso o espaço aéreo europeu: Todos estes acontecimentos, somados, já fizeram o estigma de 2010 como o ano das tragédias naturais. As recentes catástrofes vêm mais uma vez por à prova a voragem da pulsão moderna, que, antes de tudo, exercita a ilusão do controle do indomável, a natureza. A relação com a natureza trata-se uma questão velha conhecida na literatura e na filosofia. Uma das possibilidades é a soberba da atitude faustica de criação, ou seja, na linguagem alegórica de Walter Benjamin, haveria uma “teologia dos infernos” gestada a partir da “queda de Deus” (Baudelaire). Por exemplo, numa das passagens mais conhecidas do belo poema clássico, Fausto , de Goethe, o coração frio do narrador desapieda-se da

As ideias de FHC

Artigo publicado também no portal www.wscom.com.br Jaldes Reis de Meneses Em sua coluna mensal no jornal O Estado de S. Paulo , publicada no domingo de Páscoa (04/05/10), o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso ( Hora de união http://www.estadao.com.br/estadaodehoje/20100404/not_imp533313,0.php, lançou ao debate público uma tese drástica e polêmica, querendo antever um grave processo em curso que poucos observadores estão se apercebendo: para ele, a opção do voto em José Serra, no embate contra Dilma Rousseff (Marina Silva por enquanto é uma bem-vinda coadjuvante) nas eleições presidenciais, mais que uma escolha rotineira, salvaguarda o próprio destino da democracia no Brasil, tendo em vista as tendências autocráticas que o PT começa a desenvolver como Partido no comando pelo alto do capitalismo brasileiro. A rigor, as idéias de FHC não são novas. Ao inverso da lenda – injusta – criada em torno de sua imagem, FHC nunca esquece o que escreveu. Embora o próprio autor não ci