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Mostrando postagens de julho, 2010

Venezuela e Colômbia, Hugo Chávez e Álvaro Uribe

Artigo também postado, em versão resumida, no portal wscom.com.br Jaldes Reis de Meneses À maneira de uma luta entre gato e rato, pela segunda vez no curto prazo de três anos, a Venezuela de Hugo Chávez rompeu relações diplomáticas com a Colômbia de Álvaro Uribe, este último recém vitorioso, mas nos estertores do mandato (conseguiu eleger a Dilma de lá, o Ministro da Defesa, Juan Manuel Santos). Novamente, o móvel do conflito são as acusações de um hipotético apoio do governo venezuelano às FRACs, antiga organização guerrilheira acusada de ter se transformado em uma “narcoguerrilha”. Embora sempre seja um jogo perigoso, sobretudo pelas ameaças de guerra, seguida da movimentação de tropas de lado a lado no cenário da porosa fronteira amazônica, no entanto, a análise fria da situação recomenda depurar o volume estridente das declarações feitas para a platéia das partes em litígio. Na verdade, mais que um enfrentamento aberto e direto – na linguagem estratégica, uma guerra de movimento –,

Vinícius de Moraes: meu tempo é quando

Artigo também postado, em versão resumida, no portal wscom.com.br Jaldes Reis de Meneses Entre as muitas histórias que se pode contar de Vinicius de Moraes (1913-1980) – cujos 30 anos de morte o Brasil lembrou há poucos dias (sexta-feira, 09/07) e cujo centenário de nascimento se dará daqui a três anos –, começo com uma que reúne em único ato política e poesia. O folclore do poeta é vastíssimo, de modo que procurarei me abster de temas como a bebida, os amores e o modo de viver da zona sul carioca. Muitas vezes, o folclore lança brumas, obscurece a recepção da obra daquele que é sem favor um dos sete principais poetas modernos brasileiros do século XX, quase ou no mesmo nível de Drummond, Cabral, Cecília Meireles, Manuel Bandeira, Jorge de Lima e Murilo Mendes. Ao que parece, o poeta recebeu a notícia de cassação do Itamaraty, em visita à casa de sua mãe no Brasil, na esteira da edição do AI-5. Em seguida, em 1969, certamente para arranjar a vida nova, viajou em excursão a Portugal, on

Sobre Radegundis e Mário

Recebi um gentil e-mail do professor, jornalista e produtor musical Carmélio Reynaldo, que reproduzo a seguir, com a informação que o músico Radegundis Feitosa e o físico Mário Assad, grandes figuras humanas, cuja morte precoce consternou a toda uma legião de amigos e admiradores, se conheceram em vida. Escrevi há poucos dias um despretensioso artigo no qual em certa passagem afirmo ignorar o provável encontro pessoal entre os dois, ademais, acontecimento perfeitamente possível, visto que ambos trabalharam anos a fio num ambiente comum, o campus da UFPB. Carmélio narra a circunstância lúdica em que se conheceram, dissipando a dúvida. Reiterando o Padre Antonio Vieira, citado no artigo, “os discursos que em viu [Carmélio] são profecias”. (Jaldes Reis de Meneses). Jaldes, li seu artigo sobre essas duas grandes figuras que perdemos e, sem querer retocar o irretocável, respondo à questão se eles se conheciam. Sim. Aliás, Mário uma vez me contou que estava em um bar em Belo Horizonte e um

Radegundis e Mário: Viver e morrer

Artigo também postado no portal www.wscom.com.br Jaldes Reis de Meneses A súbita notícia de morte, o redemoinho de uma notícia em cima da outra, de dois professores – Radegundis Feitosa e Mário Assad – me deixou com um sentimento incomum de consternação, parecido com a vontade de poesia, que só pode ser expiado pela catarse da escrita. A cerimônia de adeus aos dois companheiros de profissão me fez voltar à mente os temas da vida e da morte num grau parecido com o da morte de meu pai, há dois anos passados. Não fui amigo íntimo de nenhum dos dois, cruzaram o meu caminho na condição de colegas de profissão com os quais em certas ocasiões compartilhei combates e atividades em comum e de que passei a admirar o evidente valor pessoal. Uma das orações do Padre Vieira sentencia: os discursos de quem não viu, são discursos, os discursos de quem viu são profecias. Com a devida vênia de Vieira, vou dar uma de profeta do passado. Tenho a dizer por testemunho direto de quem viu: foram duas vidas