1930: oitenta anos
Jaldes Menezes Artigo também postado no portal www.wscom.com.br No mês vindouro, outubro, completará 80 anos o acontecimento histórico em que o estancieiro Getúlio Vargas, dirigindo as tropas do Sul, depois de render os soldados de São Paulo na batalha que não houve (Itararé), em lance de suprema iconoclastia, amarrou o seu cavalo, mais o de alguns comandados, no Obelisco da Avenida Rio Branco, no Rio de Janeiro, então capital da república. Quase ninguém se recorda mais de 1930, processo esquadrinhado, estudado de diversos ângulos, desde as elites até dos de baixo, visto e revisto na historiografia brasileira. 1930: um assunto morto e enterrado. Será mesmo? Nos termos de Gramsci, sem dúvida o Bloco Histórico de 1930 morreu, não existe mais. Seu falecimento deu-se mais ou menos em meados da década de 1980 – no intermezzo do fim da ditadura e do começo do que o jornalista Jânio de Freitas chamou, à época, de transição transada. O sinal mais evidente do funeral foi a quebra do Estado que