2011: a política das ruas
Jaldes Reis de Meneses A revista semanal americana de maior tiragem, a Time – formadora da opinião do homem médio dos Estados Unidos –, lançou nas primeiras décadas do século passado uma escolha que em seguida fez fortuna na imprensa mundial: as indefectíveis listas jornalísticas das “personalidades do ano”, cujo primeiro lugar em geral é ocupado por chefes de Estado, líderes religiosos, artistas ou até personagens mundanos da sociedade do espetáculo. Em 2011, relevando certo “espírito de tempo” (o elogio do conformismo, da não-participação), a escolha foi diferente. Havia um precedente. Somente por duas vezes, em vez de um personagem individual, um solidário indivíduo de carne e osso, a escolha da Time recaiu sobre um personagem coletivo. Em 1954, o escolhido foram as massas participantes da revolução húngara dos conselhos, dizimados pelas tropas do Pacto de Varsóvia. E, novamente, agora, neste formidável ano de 2011, chegou a hora do The Proteste