O vôo da coruja
Jaldes Reis de Meneses Em definitivo não se realizou no século XXI o anseio kantiano de paz perpétua no mundo, uma sociedade civil cosmopolita composta de sujeitos iguais, complementado por uma nova entidade universal soberana (talvez um Estado, mas sem exército permanente, contudo respeitador do novo direito internacional público dos povos). Esta foi uma idéia acalentada há alguns anos passados, entre 1989 e 1991, quando caíram de podre a antiga União Soviética e os estados satélites do leste e do centro da Europa. No fundo, todas essas promessas eram discursos pronunciados pela boca de falsos profetas, pois o máximo que nos foi oferecido, pseudo cidadãos globais, em vez da generosidade kantiana, foram as teorias do “fim da história” de Francis Fukuyama, que repetiam, com um século e meio de atraso, as teses originais de Hegel, relativas à realização do espírito absoluto na história. A diferença crucial é que o fim da história de Hegel é um desiderato realista, quem o lê com a d