Tempos de lulismo
Jaldes Reis de Meneses Havia uma dúvida entre os intelectuais e pesquisadores que se ocupam em estudar a política brasileira: as eleições municipais de 2012 seriam de exaustão ou continuidade do lulismo? O ciclo histórico aberto com as eleições nacionais de 2006, nas quais Lula derrotou o candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, em segundo turno, com mais votos que no primeiro, mas principalmente arrebanhou a maioria dos votos dos pobres das periferias e dos grotões, teria se esgotado? Antes de responder a questão, explico-me porque contabilizo 2006 em vez de 2002 (ano da primeira eleição de Lula), coonestando, aliás, com a periodização esposada pelo cientista político André Singer (USP) no livro “Os sentidos do lulismo” (Cia das Letras, 2006), cuja data-síntese de 2006 incorporo, embora discorde de outros de seus argumentos (em breve, escreverei a respeito): naquele ano, o grosso do eleitorado lulista se concentrava nas classes médias e nos grandes centros urbanos, ao passo que os