Carlos Nelson Coutinho
Jaldes Meneses Escrevi neste espaço de A UNIÃO há poucas semanas sobre Florestan Fernandes, um grande intelectual brasileiro do século XX. No dia 28 de julho (domingo), o ensaísta, tradutor, crítico literário e filósofo político, Carlos Nelson Coutinho (CNC), caso vivo (morreu em setembro de 2012), faria 72 anos. Aproveito a oportunidade da data para recordar a notável contribuição de Carlos Nelson ao pensamento brasileiro, que não pode ser esquecida. CNC, nos subversivos anos 60, foi pioneiro ao introduzir em nosso cenário cultural o marxismo historicista de Antonio Gramsci e a ontologia materialista do ser social de Gyorgy Lukács, numa época em que o cânone marxista brasileiro, salvo exceções, limitava-se a reiterar as formulações políticas e filosóficas do chamado marxismo-leninismo ou marxismo da terceira internacional. Através do trabalho de escrutínio das ideias alheias, CNC pensou os outros com a própria cabeça. Em todos os assuntos nos quais CNC pôs a inspeç